terça-feira, 11 de maio de 2010

A persistência da memória

(Para ler ouvindo: Miss Halfway de Anya Marina)
Na linha do filme "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", que eu falei no meu último post, eu fiquei pensando sobre quanto tempo a gente precisa pra "esquecer" as pessoas.

Será que existe uma fórmula matémática que indique quanto tempo exatamente eu preciso para esquecer o mocinho simpático que causou a minha última dor-de-cotovelo? Será que existe uma relação entre o tempo que durou a minha terrível dor e o tempo que eu vou precisar para me recuperar disso? Será que eu vou realmente me recuperar e esquecer tudo que passou?

Hoje eu estava conversando com uma amiga minha e ela me disse que ainda está abalada com os recentes encontros com uma paixão antiga de um ou dois anos atrás. Tentei dar uma de senhora-bem-resolvida e falei para ela esquecer esse menino de uma vez. Mas a gente está no mundo para pagar língua e menos de três horas depois estava eu conversando com um caso antigo meu, de amor ímpar e mal resolvido. Eu vi que depois de cinco anos eu ainda sinto um carinho imenso por ele.

Murilo Mendes fala que o tempo é o cirugião do mundo. Eu acho que eu consegui esquecer o coração partido que o mocinho deixou de forma bem rápida, afinal eu mudei de cidade, entrei na faculdade, conheci um monte de gente nova e os anos passaram. A conversa de hoje mostrou que é impossível apagar todas as lembranças, como acontece no filme de Michel Gondry, e que sentir um "carinho imenso" é esperado.

Seria muito bom, se algum físico conseguisse medir o tempo ou algum matemático conseguisse criar uma fórmula que indicasse como superar corações quebrados. Enquanto isso não acontece, temos que confiar cegamente no tempo para passar, curar nosso coração e prepará-lo para novas aventuras e futuros amantes.

2 comentários:

  1. Karol! Adorei!!!!
    Olha e devo concordar plenamente.. o tempo pode passar viu, mas o carinho fica... e fica.. e fica!!!! E pra mim, o tempo é ainda pior, pq apaga as coisas ruins, e só as lembranças boas ficam! depois de anos, só consigo ter carinho!!! O pior é que depois cada decepção, eu só vou ficando mais dura, e me preparar para "novas aventuras" ou "futuros amantes" é cada vez mais difícil!!!

    E se algum físico ou matemático entrasse nessa, ia dar mais conforto, né?!

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  2. Duvido mt que exista isso de esquecer. Pq, ás vezes, abrindo a geladeira pra pensar, vc lembra algumas coisas. Elas estão lá, mas não vão mais doer.
    Acho que não tem isso de proporcionalidade. Teve certa vez que, pra curar 1 mês, eu levei 2 anos (ouch). Mas é verdade, fica o carinho. E se der pra calcular o tempo, eu seria adepta da fórmula! Acho que sabendo quanto tempo eu ia levar pra me recuperar, me jogaria mais de cabeça em algumas coisas.

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