domingo, 22 de agosto de 2010

I miss the comfort in being sad

Tem uma música do Nirvana que se chama "Frances Farmer will have her revenge on Seattle", e nela tem o verso mais interessante, na minha opinião, de toda a discografia da banda, que é o do título do post.
Esse é o tipo de coisa que é melhor que você sinta primeiro pra entender. As pessoas passam a vida toda repetindo que estar alegre é bom e estar triste é ruim. Ninguém consegue me explicar então por que tem partes de mim que não querem que eu melhore.

Eu vejo isso como auto-sabotagem (aliás, Kurt Cobain era mestre nisso). As coisas estão indo maravilhosamente bem, e de repente eu começo a surtar - só porque tudo está dando certo. E não sei por que eu imagino que deveriam dar errado... mas nesses momentos eu começo a sentir que era muito mais confortável quando eu não tinha que lidar com o sucesso - aí a tristeza em si passa a ser reconfortante.
Apesar de mim mesma, até que tenho me saído bem. Mas acho que merecia mais.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

In repair


Eu estou aos poucos juntando os caquinhos e organizando a bagunça. Sem pedir licensa e sem dar maiores explicações, a tristeza apareceu. Para a minha surpresa, da mesma maneira que veio, ela foi embora, mas fez questão de fazer estragos e bagunçar a casa.

Nessas horas, as pessoas aconselham a gente a tirar lições e aprender com isso. Eu confesso que não está muito claro o que eu realmente devo aprender com essa súbita tristeza. Não é simples extrair lições de um sentimento que a gente mal sabe como começou e muito menos como terminou.

Por ora, eu estou fazendo reparos, mas não estou necessariamente satisfeita com isso. Eu acho muito difícil que as coisas voltem exatamente a ser como eram antes. Além disso, eu tenho a impressão de que até mesmo a felicidade ficou mais triste neste processo todo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O fim do tempo

Eu tenho uma tendência natural a exagerar as coisas, a fazer com que a situação pareça muito pior do que realmente está - deve ser meu ascendente em câncer e seu gosto excessivo pelo drama. O que me motivou a escrever foi o fato de que, dessa vez, a culpa não é só do meu ascendente, quase todo mundo que eu conheço está sentindo o fim dos tempos.

Bom, não é exatamente o fim dos tempos, mas é o término de um tempo. O que eu conheço está acabando e se desmanchando, primeiro lenta, e agora rapidamente. Se você ainda não sentiu isso, vou explicar: o sentimento persistente nesses últimos meses é de medo e insegurança. Vai lá ascendente em câncer, explique melhor: IT'S THE FUCKING MISSILE CRISIS.

Também espero que você compreenda o que é tentar não pensar em uma coisa, mas sentir que tudo o que você pensa está imerso numa ideia fluida maior - o fim da faculdade. Aí voltamos à Crise dos Mísseis. O fim do mundo é iminente? Vai acabar mesmo? Se eu não fizer nada, acabou pra mim? E se eu não conseguir um emprego?

É ainda mais complicado pras pessoas que vieram de fora pra estudar na UnB, porque, tecnicamente, a minha razão pra continuar aqui também está com os dias contados. Não acho que os meus pais iriam me tirar abruptamente daqui, mas isso só cria uma pressão a mais pra eu justificar a minha estadia.

Pode ser que a humanidade não acabe, mas o medo e a insegurança, e vc pode dizer que é drama, não podiam ser mais reais.