terça-feira, 10 de agosto de 2010

O fim do tempo

Eu tenho uma tendência natural a exagerar as coisas, a fazer com que a situação pareça muito pior do que realmente está - deve ser meu ascendente em câncer e seu gosto excessivo pelo drama. O que me motivou a escrever foi o fato de que, dessa vez, a culpa não é só do meu ascendente, quase todo mundo que eu conheço está sentindo o fim dos tempos.

Bom, não é exatamente o fim dos tempos, mas é o término de um tempo. O que eu conheço está acabando e se desmanchando, primeiro lenta, e agora rapidamente. Se você ainda não sentiu isso, vou explicar: o sentimento persistente nesses últimos meses é de medo e insegurança. Vai lá ascendente em câncer, explique melhor: IT'S THE FUCKING MISSILE CRISIS.

Também espero que você compreenda o que é tentar não pensar em uma coisa, mas sentir que tudo o que você pensa está imerso numa ideia fluida maior - o fim da faculdade. Aí voltamos à Crise dos Mísseis. O fim do mundo é iminente? Vai acabar mesmo? Se eu não fizer nada, acabou pra mim? E se eu não conseguir um emprego?

É ainda mais complicado pras pessoas que vieram de fora pra estudar na UnB, porque, tecnicamente, a minha razão pra continuar aqui também está com os dias contados. Não acho que os meus pais iriam me tirar abruptamente daqui, mas isso só cria uma pressão a mais pra eu justificar a minha estadia.

Pode ser que a humanidade não acabe, mas o medo e a insegurança, e vc pode dizer que é drama, não podiam ser mais reais.

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